quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Acabo de terminar de ler um livro que me foi trazido a pedido meu. Não podia ter havido uma leitura melhor para o momento, tendo em vista o seu tom completamente descontraído. Foi leitura boa, e eis o livro:

Outubro tive uns dias de férias e eis que fui dar umas voltas por aí. Dias excelentes de viagem, mas foi bom voltar pra casa, já tava querendo minha casinha. E continuo querendo...

Ultimamente notei que minha unha está crescendo muito rápido. Entre novembro e fevereiro sempre foi assim, e eu jurava que era culpa do calor que acelerava alguma coisa em mim. Agora posso constatar que minha teoria estava errada. Digo, minha unha não cresce mais rápido por causa do calor, mas pode ser que ainda haja alguma verdade na teoria de que o calor acelera alguma coisa em mim, que não o crescimento da unha...vai saber.

Falando nisso, uma coisa curiosíssima tem acontecido também com minhas unhas, elas perderam todas as machinhas brancas que tinham, aquelas que, diz o dito popular, significam que a pessoa disse alguma mentira. Ou aqui eu sou muito sincera, ou alguma coisa mudou no meu organismo fazendo assim sumirem todas as manchinhas. Eu que sempre tive no mínimo uma manchinha em cada uma das dez unhas da mão...

Tenho também estado um tanto quanto Estabanada. Esse adjetivo com E maiúsculo inclui os adjetivos atrapalhada, desastrada, esquecida, desorientada e distraída. Ando meio desligada e je suis un peu mal à droit.

Tenho por perto sempre um post-it com alguma coisa banal pra me lembrar, um pequeno afazer a ser feito, uns números de telefone, emails e senhas anotados, umas palavras recém-traduzidas pra ver se me lembro de colocar no meu vocabulário, como essa aqui estampada num post-it verde-limão bem aqui na minha cara: Paresse.

O que não precisa de post-it é esse tubo de vitamina C sempre do meu lado, olhando pra mim oferecido. Todo dia. E com muita precisão. Com esse frio que ta fazendo (hoje média de 4º) vai saber o problema que dá na pessoa que nasceu e se criou no calor (pegando assim apego e afeição por ele).

O frio tem um semblante triste sim. Por mais que a pessoa esteja feliz dentro do frio, não dá pra não reparar na sua tristeza. É ele, o frio, quem é triste. Aí como o problema é dele, todo dia depois do almoço faço uma caneca de café bem quente e bebo pensando na tristeza que é essa falta de cor e calor. Mas a pessoa começa pensando nesse singelo pensamento e quando vê já ta pensando demais na vida. Aí olho um post-it e peço licença ao frio porque não quero mais ficar com pena dele.

Mas um cafezinho depois do almoço sempre vai bem.

Uma coisa que não muda, esteja eu onde estiver, é essa vontade de ficar chez moi quando dá aquela horinha crítica do dia. Sempre aquela horinha crítica que me puxa pra minha vida, pra minha casa, pra mim. Das 16h às 18h eu sempre sinto uma coisa. Mas isso não é de hoje. Meu momento preferido que chamo carinhosamente de ‘minha horinha’.

Ouvir João Bosco aqui surgiu como uma vontade doida. Completamente a partir de nada visível ou audível. Não vi a foto dele em canto nenhum e nem ouvi alguém cantarolar alguma música dele. Talvez eu tenha me lembrado de alguma coisa que faz alusão, não sei... lembrança aqui rola solta mesmo, deve ter sido. Só deu uma vontade louca e corri pra

Pedra que lasca seu brilho
E que queima no lábio um quilate de mel
E que deixa na boca melante
Um gosto de língua no céu
Luz talismã misterioso cubanacã
Delícia sensual de maçã
Saborosa manhã
Vou te eleger vou me despejar de prazer
Essa noite o que mais quero é ser
mil e um pra você

E pra deixar a saudade expressa, senti aquela falta rápida e profunda de um monte de coisas, melhor nem listar. Mas dessa vez senti falta, sobretudo, de um sábado de manhã na minha casinha com janela pro jardim onde as folhas não ficam laranja e as árvores não ficam nuas, onde posso abrir a janela pra entrar uma brisa e deitar na rede ou na cama pra ler um livrinho... minha estante. Senti falta da minha estante.


Inevitável não me lembrar de Manuel Bandeira em Última Canção do Beco:

“Vão demolir esta casa.
Mas meu quarto vai ficar,
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências:
Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!”

2 comentários:

elder disse...

vitamina C "com precisão"

fazendo escola, eu!! ehehhehehe
beijo1 saudade10

Unknown disse...

Uma vez pomba, sempre pomba mesmo que congelada!