segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aqui

É bem bonito.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

na minha casa você pode flagrar alguém
se escondendo da rotina num quarto escuro
ou batendo a cinza do cigarro na janela
enquanto espia as roupas dançando em silêncio
no varal da área
às três da madrugada
você pode flagrar alguém preocupado
segurando uma caneca com vinho vagabundo
dormindo fora de hora
pensando demais na vida
e no tédio que é
essa falta de paixão.

AP.
(bruna beber)


Não falo dessa minha casa, dessa que eu lembro com saudades mas com vontade de ficar. Falo dessa daqui que bate dentro de mim.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eu quis fazer uma sopa mas não tinha batata e nem cebola pra refogar, e nem carne nenhuma pra colocar. Hoje era dia de ir no supermercado fazer as compras mas não deu tempo. Eu quis fazer uma sopa mas só tinha cenoura, jerimum e alho. Dei uma incrementada, inventei e reinventei...e não é que ficou muito boa?!

É assim na necessidade do dia a dia que eu vou descobrindo que gosto de cozinhar, e que, modestia a parte, eu levo jeito!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sexta-feira. Eita...hoje era dia de ir pro bigode. Saudade expressa aqui.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

É que o fácil é mais sem graça

Entitulo essa postagem com essa célebre frase de elder pra explicar que a vie étudiant aqui não é fácil não, e é nisso que está toda a graça.

Diferente da minha vida no Brasil, aqui tenho que cozinhar, lavar roupa, lavar louça, passar roupa, varrer, limpar, fazer a feira da semana, lavar as frutas e verduras, arrumar tudo, forrar a cama regularmente, desempoeirar, levar o lixo lá pra baixo... além de ir pras aulas, estudar, ler, escrever no blog, responder emails e recados, fazer horinha no msn pra matar saudades... e ainda arrumar tempo pra se divertir, se distrair, sair, socializar, e ainda por cima falando francês (o que requer paciência e concentração de verdade).

Assim fica difícil, mas assim é que é bom.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gordon Cullen e Kevin Lynch

Apesar de ter pego uns mapas da cidade no albergue e em pontos turísticos, ainda não os olhei de fato. Não quero entender essa cidade assim. Vou andando pelas ruas e tentando memorizar os caminhos a partir de marcos visuais ou qualquer outra coisa em 3D. A paisagem é belíssima de se admirar, a cidade tem muitas ladeiras, subidas, descidas, ruas tortuosas...isso dificulta a compreensão espacial, verdade, mas associar meu percurso com as linhas de um mapa me faria sentir como uma turista, e isso não sou, não aqui nesta cidade.

Confesso que ainda não sei direito como saio da minha casa, pego um metrô subterrâneo e subo em um outro ponto da cidade. Que percusso foi esse? Por onde passei?! Por hora isso não me interessa, o que interessa é que eu cheguei e que continuo dentro de uma esfera que aos poucos vou assimilando com um sentimento de pertencimento (muito diferente do que sinto em Recife e Olinda, lógico. Mas é um sentimento).

Oito horas da noite mais ou menos, e a cidade escurecendo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Já uma coisa que é igual em qualquer parte do mundo é essa coisa chamada ressaca. Em qualquer lugar, Olinda, Garanhuns ou Lyon, cachaça em grande quantidade me dá um game over súbito, uma amnésia absurda e uma ressaca de 24 horas.

Impressões urbanísticas

Espaço público aqui é outra coisa. Transporte público também. Tudo que é público, na verdade. Público aqui é aquilo que aprendi nas disciplinas de PU e só podia imaginar e colocar em prática nos trabalhos da disciplina sem nunca nem ter visto a coisa funcionar de verdade. Eu vi por aqui... Uma praça num dia de sábado Um parquinho infantil num dia de semana à tardinha Uma beira de rio Uma feira de rua Sem falar no tratamento que se dá aos pisos, calçadas, subidas, descidas, canteiros, etc. É uma coisa que meus olhos de quase arquiteta-urbanista captam com uma percepção diferente.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Depois de despedidas e saudades por antecipação, agora sinto uma sensação que me parece ser saudade de verdade... mas ainda não sei se é isso mesmo. É muita coisa pra sentir ao mesmo tempo, fica difícil identificar o que se passa.
Depois de uma noite e uma madrugada inteiras viajando e tentando achar uma posição menos desconfortável do que todas as posições desconfortáveis já tentadas, fui feliz ao acordar pela milésima vez e sentir que estava amanhecendo. Só não lembro como eu percebi, mas abri um pouco a janela pra conferir e de fato estava. O avião já sobrevoava alguma parte do mundo mais próxima da Europa que da América.

Fiz desembarque e imigração em Madrid, e passei um dia inteiro ouvindo pessoas falar espanhol. E apesar de compreender, não consegui me comunicar. Aquele Terminal 4 de Richard Rogers tem uma beleza e uma vastidão assustadoras. Pé direito alto demais para fazer uma estrangeira solitária se sentir acolhida. Eu só queria meus pais, só queria ligar para o Brasil, pero en español es un poco complicado para mi. Mas consegui, felizmente.

Cheguei em Lyon à noite, e depois de um ônibus e um táxi pude me (mal) instalar no albergue para dormir e resolver coisas no outro dia. Essa parte de resolver coisas é de fato um desafio. Um desafio que se prolongará até não sei quando. Ao menos já consegui resolver em um dia a parte de moradia e transporte, mas foi um loooongo dia que se concentra agora numa forte dor nos ombros. Mas já tenho a chave da minha casinha, e mais que isso, um teto.