sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Depois de despedidas e saudades por antecipação, agora sinto uma sensação que me parece ser saudade de verdade... mas ainda não sei se é isso mesmo. É muita coisa pra sentir ao mesmo tempo, fica difícil identificar o que se passa.
Depois de uma noite e uma madrugada inteiras viajando e tentando achar uma posição menos desconfortável do que todas as posições desconfortáveis já tentadas, fui feliz ao acordar pela milésima vez e sentir que estava amanhecendo. Só não lembro como eu percebi, mas abri um pouco a janela pra conferir e de fato estava. O avião já sobrevoava alguma parte do mundo mais próxima da Europa que da América.

Fiz desembarque e imigração em Madrid, e passei um dia inteiro ouvindo pessoas falar espanhol. E apesar de compreender, não consegui me comunicar. Aquele Terminal 4 de Richard Rogers tem uma beleza e uma vastidão assustadoras. Pé direito alto demais para fazer uma estrangeira solitária se sentir acolhida. Eu só queria meus pais, só queria ligar para o Brasil, pero en español es un poco complicado para mi. Mas consegui, felizmente.

Cheguei em Lyon à noite, e depois de um ônibus e um táxi pude me (mal) instalar no albergue para dormir e resolver coisas no outro dia. Essa parte de resolver coisas é de fato um desafio. Um desafio que se prolongará até não sei quando. Ao menos já consegui resolver em um dia a parte de moradia e transporte, mas foi um loooongo dia que se concentra agora numa forte dor nos ombros. Mas já tenho a chave da minha casinha, e mais que isso, um teto.

Um comentário:

Piu disse...

pode deixar que vai ser leitura sagrada pra mim. saudades