sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dia desses comecei a fazer o trabalho de iniciação ao diagnóstico urbanístico. Com direito a reunião de grupo, visitas de campo, levantamento dos usos da área, e tudo aquilo que já fiz tanto no Brasil.


Depois de tantas visitas à Villeurbaine já consigo entender o bairro e sua dinâmica, e identificar qualquer coisa só de olhar a UNIBASE rapidamente. Depois de perceber isso, pensei que talvez eu devesse fazer o mesmo aqui no bairro onde eu moro, não com o objetivo de elaborar um trabalho pra faculdade, e sim para conhecer meu habitat de verdade. Até porque, tenho certeza, é um bairro bem mais interessante que Villeurbaine, com mais espaços livres, recantos, esquinas que encantam...

Já faziam alguns meses que eu não trabalhava de verdade. Desde PU4, PA8, ISH... abri o AutoCAD para trabalhar em cima dos mapas de Villeurbaine. Sentada na minha bancada aqui no quarto paralisada e concentrada no computador, com Paulinha do meu lado no computador dela, começamos as 5h da tarde mais ou menos, hachuras, polilines, cheios e vazios, layers, tudo outra vez.

Por volta das 9h da noite eu achei que eu estava no Brasil, que tinha entrega de PU, que tudo estava igual, que a França nunca existiu, que eu em Lyon nunca existi, que meus vizinhos nunca existiram, que esse prédio onde eu moro nunca existiu, que os brasileiros que eu conheci aqui nunca existiram, que foi tudo um sonho.

Foi um sentimento forte e estranho, e me deu um susto. Segundos em que sei o que senti, mas que ninguém pode imaginar o que foi exatamente.

Um comentário:

Rite disse...

Miriri tem alma de poeta.